quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Maratona




De repente é um novo ano. E sempre nos deparamos a fazer retrospectivas, balanços, considerações finais, o que gostaríamos de ter feito, o que não voltaríamos a fazer. Planejamos o novo ano, planificamos, estabelecemos desafios, elegemos prioridades, procuramos oportunidades que não podem ser desperdiçadas, desejamos que tudo corra conforme o estipulado. Começa o ano, devagar, parece um racing, uma corrida, uma maratona. Lento. Todos já conscientes das suas planificações, querem simplesmente cortar a meta, chegar no final e poder dizer, eu consegui. A principio sem muito gás porque estamos no inicio. Temos que guardar o fôlego, controlar a respiração para não desperdiçar. Tudo irá se resolver (leia-se aquecer) lá para o meio do ano. No meio do ano, a primeira apreensão “iiihh o que eu tinha p’ra fazer nos primeiros 3 meses estão atrasados”. E lá começa a correria. Nem vou me aprofundar mais nessa maratona, porque todos já sabemos como acaba. Se não conseguirmos esse ano, p’ro ano tem mais. E assim vai…todo ano novo uma maratona “nova”.

Que venha a Maratona 2010!!!!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Salvem o cine-teatro Éden Park!

Não conheço pessoalmente este "gigante" da cultura cinematográfica de Cabo Verde. Mas das histórias que eu sei, de ouvir falar, tudo leva-me a crer que o edificio não poderia, nem deveria dar lugar a um hotel, por puro capricho...!!!
Um atentado pôr fim a edificios com história, significado e uma importância grandiosa.

Salvem o cine-teatro Éden Park!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Masculinidades...




O que é ser homem? O que representa a masculinidade?
Ser homem é ser forte física e psicologicamente. Ser homem é ser líder, provedor, protector, ou seja não pode dar-se ao luxo de expressar suas emoções. Ser homem é ter responsabilidades, é ser racional, nunca emocional. Temos que ser homens mesmo antes de nascermos, pois é comum escutarmos, quando um casal está à espera de um bebé rapaz, “este aqui vai ser um macho, vai ser forte, vai ter várias namoradas”. Ser homem é aceitar desafios, correr riscos, enfrentar perigos, é competir, mesmo que isso nos cause danos a nível moral e físico. Ser sempre o melhor, nunca fracassar. Ser homem é poder chegar a casa torto de bêbado e ainda contar com a complacência e poder ver nos olhos do pai e da mãe um certo orgulho, “meu filho já é um homem”. Ser é homem é a cada semana ou mesmo a cada dia chegar a casa com um namorada nova, uma mais linda que a outra. Ser homem é “roubar” o carro do pai à noite e sair na noitada e chegar a casa e escutar “isso são coisas de homem, acontece sempre”. Recebe umas palmadinhas nas costas, uma mão na cabeça e quem sabe uns trocos pra ir beber umas com os amigos. É inconcebível para um homem, digo um verdadeiro homem por exemplo chegar aos 18 anos sem ter iniciado a sua vida sexual, é inaceitável chegar aos 18 anos sem saber conduzir um carro, é inadmissível para um homem não saber ou gostar de nenhum desporto, ainda mais se for futebol. Tudo isto para vos dizer que para ser homem simplesmente temos que reproduzir um modelo, um pacote, um kit que já está pronto, só temos que segui-lo, imitá-lo. É normal, é natural. E acreditem ou não, parece fácil mas é das coisas mais difíceis de ser. Porque? Porque constantemente somos “vigiados” se estamos cumprindo com o nosso papel de ser homem. E somos reprimidos socialmente, existem “sanções” se não cumprimos. E assim, temos um factor comum por exemplo nas estatísticas de violência, acidentes de trânsito, mortes por doenças crónicas, dificuldades nos relacionamentos/comportamentos pessoais e profissionais. O homem. Um homem repleto de poderes que se acha no direito de exercer todo e qualquer tipo de violência sobre os quais ele crê serem, seus inferiores.

Portanto, queria com a vossa permissão vos convidar a seguir um outro modelo de homem. Qual? Certamente é essa a pergunta. Aquele que realmente nós queremos ser, aquele que está dentro de nós. Aquele que sabe respeitar o próximo, suas diversidades. Aquele que não tolera e denuncia todo e qualquer tipo de violência. Aquele que tem coragem de pedir ajuda quando porventura fracassa, que sente medo, que chora. Que é racional sim, mas que pode e tem o direito de ser emocional. Que partilha decisões de poder. Aquele que reconhece os erros.
Não estou aqui a propor uma fórmula pronta para ser homem. Não um caminho já traçado para isso. Vamos ter de descobri-la juntos. Como? Começando por ser um homem Laço Branco.

(discurso pronunciado no Lançamento da Campanha Laço Branco Cabo Verde)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Pa kê...?




Pa kê ki nu ta odja sol ta nasci?
pa kê ki nu ta obi pasarinhu kanta, águ ta korri na rubera?
pa kê ki nu ta dal banho?
pa kê ki nu ta dal di kumi?
pa kê ki nu ta inxinal anda, mostral kaminhu dretu ku mariadu?
pa kê ki nu ta inxinal kebra rotxa?
pa kê ki nu ta inxinal, ma oras ki é ta kapri é tem ta kai suavi?
pa kê ki nu ta inxinal limia?
si sempri sol ta intristisi,
ta txora,
ta tuntunhi,
ta kamba.

Pseudo-post



Passando em revista pela blogosfera crioula, noto um denominador comum, uma palavrinha muito em voga pelos nossos blogs. Aliás eu nem diria que é uma palavra, mas sim um prefixo. Pseudo.
Temos pseudo-artistas, pseudo-politicos, pseudo-cidadãos, pseudo-intelectuais, pseudo-meliantes, pseudo-não-sei-o-quê, até temos pseudo-blogs, pseudo-etc, etc…
Pseudo significa creio eu, falso. Então, será que estamos cheios de falsidades e não sabemos? Será que o nosso próprio país é uma farsa? Vivemos num país, numa sociedade que só existem perpetuadores da falsidade?
Ou será que a palavrinha, digo prefixo, pseudo é pomposo, fica bem alcunhar algo de pseudo-alguma coisa, que as pessoas usam-na só p’ra ficar bem na fita?

Sobre isso acesse este interessante post,aqui

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

É hoje...


Dia 4 de Dezembro, inicia-se uma campanha por uma causa nobre, na qual tod@s deviam subscrever. Juntos podemos fazer a diferença. A seguir passo a transcrever a Carta Princípios da Rede Laço Branco Cabo Verde.

CARTA PRINCÍPIOS DA REDE LAÇO BRANCO CABO VERDE
HOMENS CONTRA A VIOLÊNCIA DE GÉNERO

Quem somos?

O Laço Branco Cabo Verde é uma rede fundada no dia 10 Julho de 2009, por um grupo de homens das mais variadas áreas de formação e de actuação. É um grupo que se caracteriza pelo forte engajamento na promoção da igualdade de género, pelo que fomenta alianças com outras instituições/organizações da sociedade civil que se posicionam a favor dos direitos humanos e contra a desigualdade de género e a todas suas manifestações, especialmente a Violência Baseada no Género (VBG).

Porque surgimos?

Na sociedade cabo-verdiana prevalecem preconceitos e estereótipos sexistas bastante enraizados. Uma das faces mais visíveis destas representações é os altos índices de violência contra a mulher (22%), que têm como efeito a deterioração de relações nos espaços privados e públicos. Os homens são ao mesmo tempo parte do problema e da solução. Confrontando os homens com atitudes, normas sociais e comportamentos discriminatórios em relação aos papéis de género e à violência contra as mulheres, queremos comprometer os homens nesta luta de identificando e eliminação das praticas sociais injustas em função do género e de pôr fim à todos os tipos violência contra a mulher.

Em que acreditamos?


Que ser homem NÂO é:
- Ter muitas parceiras;
- Usar violência contra mulheres ou homens;
- Aguentar a dor;
- Procriar um grande número de filhos e filhas;
- Exercer o poder sobre outrem;
- Ser heterossexual.
Que ser homem É:
- Saber construir relações baseadas no respeito e igualdade;
- Não tolerar qualquer tipo de violência;
- Ter coragem de pedir ajuda;
- Saber partilhar decisões e poder;
- Saber respeitar a diversidade e os direitos de todas e todos.


O que queremos?

- Difundir e multiplicar a mensagem do Laço Branco Cabo Verde;
- Promover a igualdade e a equidade do género;
- Combater todas as manifestações de violência, nomeadamente a VBG;
- Promover e estimular a assumpção plena dos direitos e deveres próprios da paternidade;
- Apoiar as políticas e iniciativas que fomentem a equidade de género na família, na saúde, na justiça, na educação, na política, na economia e na comunicação social.

Para tal, a rede tem o intuito sensibilizar, envolver e engajar os homens em Cabo Verde e a sociedade civil no geral no combate à violência baseada no Género e a todas as formas de desequilíbrio de género, e na desconstrução duma visão distorcida de masculinidade.

Quais os princípios dos quais não abdicamos?
- Da visibilidade no combate à violência contra a mulher;
- Da denuncia e combate a todos os actos de omissão, infracção, comportamento discriminatório, nomeadamente, machismo/sexismo, exclusão social, homofobia, racismo ou qualquer outro tipo de comportamentos contra mulheres, homossexuais, bissexuais, transexuais e violação dos direitos resultantes da desigualdade de género;
- Da aliança com as mulheres para alcançar a equidade de género e conquistar direitos, saúde e bem-estar das mulheres e meninas;
- Da assumpção e partilha das responsabilidades que a constituição da família implicam, nomeadamente o cuidado das crianças ou dependentes e as tarefas domésticas
- De praticar uma nova masculinidade que respeita a diversidade sexual e os direitos reprodutivos de mulheres e homens;
- De responsabilizar-nos pelo nosso bem-estar, pela nossa saúde, planeamento familiar e por uma pratica sexual responsável;
- Da identificação e da denúncia das necessidades específicas e experiências de homens e meninos que não são tomadas em conta pelas políticas públicas e práticas profissionais em todas as áreas;
- Da transparência, honestidade, justiça e ética em todas as nossas acções;
- Da colaboração e diálogo com todo o tipo de instituições.

Como podemos ser contactados?
Email: lasubranku_cv@yahoogrupos.com.br
Facebook: http://www.facebook.com/home.php#/group.php?gid=240299560523&ref=ts
Rua Serpa Pinto nº68 CP 253 – Tel: 261 62 71/ 261 51 74 - Fax: 261 52 63

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher




Hoje 25 de Novembro de 2009 assinala-se o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher. Data de grande importância para todos aqueles que de alguma forma lutam contra este fenómeno que afecta a todos, homens e mulheres.
Agosto de 2009. A secretária de estado norte-americana Hillary Clinton, visita Cabo Verve e elabora uma lista de aspectos positivos e negativos da situação do país, um dos aspectos negativos da lista, foi o índice alto de violência de género (VG).
A violência contra as mulheres, hoje assume-se como um problema social a nível mundial e não obstante os esforços que têm sido feitos em Cabo Verde, os números são preocupantes. Trabalho esse que também foi alvo de rasgados elogios por parte da secretária de estado norte-americana.
Fiquei com a impressão que a questão da violência de género ficou relegada a segundo plano, senti um certo desinteresse, quando se diz que na verdade o país está bem, só tem níveis elevados de VG. Chega a ser mesmo preocupante.
Valéria Pandjiarjian no seu texto “Os Estereótipos de Género nos Processos Judiciais e Violência Contra a Mulher na Legislação”, afirma que no mundo inteiro de cada cinco dias de falta ao trabalho um é resultante de violência doméstica sofrida por mulheres; se uma mulher é vítima de violência doméstica ela perde a cada cinco anos um ano de vida saudável; o estupro e a violência doméstica são causas significativas de incapacidade e morte de mulheres em idade produtiva, activa, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. A violência contra a mulher implica graves consequências para o desenvolvimento social e económico de um país.
Sendo um problema social, a VG deveria ser tratada como tal, ou seja deveria ser possível quantificar e qualificar suas implicações relacionadas obviamente com a sociedade, politica, economia, cultura, educação e saúde.

Violentar, violar, causar danos, causar sofrimento são termos que, geralmente, podem ser associados à violência. Representa mais do que isso, implica um agressor e uma vítima. Estabelece-se uma relação desigual de poder. Ou seja, a violência consiste em demonstrar, provar, comprovar o poderio do agressor em relação à vítima.
E neste sentido ela pode figurar-se de várias formas, sempre implicando uma desigualdade de poder, por exemplo a violência de género, que ocorre pelo simples facto de existir um género masculino e um género feminino.
A violência de género tem como base a lógica de dominação, de poder, de subordinação. Consiste em dominar todo aquele que é distinto que não se enquadra a essa norma. Essa mesma lógica vem seguindo como um padrão, um exemplo a seguir ao longo da história: o ser humano apodera-se da natureza, os adultos dominam os menores, as raças ditas superiores dominam outras, homens dominam mulheres.
Dessa lógica resulta o modelo patriarcal, que regula de forma desigual as relações de poder entre homens e mulheres em todas as esferas sociais. Como? Através de uma construção sociocultural constituída pretensamente ou “naturalizada”, nas diferenças biológicas entre homens e mulheres. Na sociedade em que vivemos, as relações entre homens e mulheres são socialmente condicionadas, ou até regularizadas, por suas condições económicas, politicas, legais, educativas, sociais, culturais, religiosas. Disto resulta a predominância do género masculino em detrimento do feminino. A relação passa a ser em todos os aspectos da vida pública e privada, assimétrica, disparidade de poder, gerando a violência de género.
A violência de género, justifica na metáfora do patriarcado suas acções, para definir o conjunto de formas de organização social, transpondo sua aplicação familiar. Não é só no seio familiar que o patriarcado está representado, mas sim em todos os níveis: instituições sociais, pensamentos filosóficos, valores éticos, princípios, comportamentos, etc.
Sendo assim, ela produz consequências sociais, quer a nível privado, quer a nível público que geralmente (mas não necessariamente), resulta em aumento da pobreza, baixo aproveitamento escolar, desigualdade de salários, baixas condições de vida etc.
Entretanto a violência de género a nível privado representa outras formas de violência que, digamos são mais visíveis: violência física, abuso sexual, maus tratos, morte. Ocorre maioritariamente em ambientes familiares, nas relações interpessoais, provoca sequelas a todos os níveis, e é mais difícil de combater porque na maioria das vezes a família segue sendo um ambiente “fechado”, no qual “não se mete a colher”.
Existe quer no espaço público quer no privado, uma trama de cumplicidade, tapar o sol com a peneira, face ao fenómeno da violência contra a mulher. Esta situação limita o tratamento de dados quantitativos e qualitativos das implicações relacionadas com a violência.
É fundamental alertar por exemplo sobre o tratamento desigual de género que passa despercebido na nossa sociedade machista e alertar para próprias consequências da VBG. É necessário romper com esta situação, com esta cumplicidade, condescendência social, com este silêncio.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Eu sou Laço Branco



De 6 a 10 de Julho de 2009, um grupo de pessoas motivadas e sensibilizadas com a questão de equidade e género, com forte representação masculina, esteve reunido na Biblioteca Nacional – Praia, Cabo Verde, para a materialização do projecto Laço Branco. Durante cinco dias, os participantes tiveram momentos de puro engajamento e trocas de experiências bastante enriquecedoras. Tudo isto promovido pelo ICIEG (Instituto Caboverdiano para a Igualdade e Equidade de Género) em parceria com a White Ribbon Campaign, com o financiamento do UNIFEM, NEPAD e Cooperação Espanhola. Este projecto tem como objectivo criar e auxiliar o desenvolvimento de uma rede de representantes de instituições e da sociedade civil em geral, engajados no combate à violência baseada no género e na promoção da equidade de género.

A rede pretende agir como difusora e multiplicadora da mensagem Laço Branco contribuindo assim para uma identificação de estratégias de combate à VBG (violência baseada no género) e desta forma transformar o desenvolvimento das relações socio-económicas e politicas no país.
A recém criada rede de homens contra violência de género irá lançar publicamente a Campanha Laço Branco a 4 de Dezembro de 2009. Aguardem.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Corrupção vs Desigualdades Sociais




Chega a ser, no mínimo curioso. No mesmo ano um relatório elaborado pelas Nações Unidas, coloca o Brasil como um dos países lusófonos com maior fosso social. Ou seja, a desigualdade entre ricos e pobres é gritante neste país, segundo o próprio relatório. No entanto, a curiosidade advém do seguinte. Acaba de ser publicado o ranking anual de corrupção elaborado pela Internacional Transparency, e o referido país melhorou cinco posições em relação ao ano passado. Ou seja, o país está menos corrupto.

A taxa de consumo é o critério levado em conta para medir a desigualdade. Pergunta: será que existe alguma co-relação entre o nível de poder de compra e a percepção da corrupção?

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Futebol e os Sentidos




Nunca escrevi sobre futebol. Sempre achei que não era necessário, discorrer linhas e linhas, textos e mais textos sobre o desporto-Rei. Mas sim, achei e continuo com a mesma perspectiva, que o futebol deve ser “sentido” com os 5 sentidos e mais um, o coração. Ele mexe com nossas vidas, com nossos brios, com nossas emoções…
Vejamos. Logicamente para assistirmos a um jogo de futebol do nosso querido clube do coração, precisamos dos olhos, os mais “ferenh@s” assistem ao jogo e escutam o relato pela rádio ao mesmo tempo. Os olhos brilham quando vemos um golo do nosso clube, choram de alegria, entristecem, esmorecem, choram de tristeza quando sofremos um golo. É música para os nossos ouvidos, escutarmos um rasgado “é goloooooo” pela rádio. Igualmente é surpreendentemente agradável ir ao estádio e ver com olhos de ver aquela moldura humana, torcendo, gritando, entoando os hinos, poder tocar nas pessoas, abraçar quando se comemora um golo, ter a chance, mínima que seja de conseguir chegar perto e tocar um jogador-ídolo de seu clube, sentir o cheiro da relva, cheiro das pessoas, cheiro a “churrasquinho” na entrada do estádio.
Ganha-se, comemora-se, sente-se fome, sede, vontade de dançar, pular, gritar. Perde-se, perde-se tudo a fome, a sede, a vontade de dançar, de gritar, de pular, os mais exagerados perdem até a vontade de viver.
Esqueci-me do coração? Não! Este está sempre presente. Batendo forte. Ele é capaz de torcer mais que nós próprios, pula pela boca, às vezes resulta em paragem.

Minha gente, futebol é torcer. Sem torcedores, sem sentidos ele não sobrevive. Ele gera massas, desperta rivalidades, mas que sejam elas saudáveis, sem violência. Sem uma boa rivalidade, que graça teria assistir um clássico? Sem as trocas de palavras que geralmente antecedem os grandes clássicos, que graça teria, assistir um clássico, ou mesmo ir a um estádio cheio, lotado?
Digam-me quão agradável é vencer um rival, 1-0, 2-0? Não importa o placar! Importa vencer, importa sentir.

Por isso, meus querid@s, sentem o futebol. Sentem cada momento, cada jogada, cada golo, cada alegria, cada tristeza que ele lhe proporciona.
Que comemorem-se as vitórias, todas elas, e que chorem-se as derrotas. Futebol é isto. Futebol é arte como diria o outro.

E assim...meu blog!!!




A 25 de Janeiro de 1984, deu-se inicio ao que é considerado o maior movimento popular da história do Brasil, “Diretas Já”. O pressuposto era criar um movimento reivindicativo, por eleições directas naquele país. Contudo, a ideia do movimento, já tinha sido lançada em 1983 pelo senador Teotónio Varela. Dai que começaram a aparecer as primeiras manifestações: Março de 1983, Município de Abreu e Lima, Estado Pernambuco; Junho de 1983, Goiânia; Novembro de 1983, Curitiba; Novembro de 1983, São Paulo. O movimento cresce substancialmente e ganha força por todo o país, que vive uma situação de crise económica, altas taxas de inflação e uma profunda recessão.
Momento propício para a mobilização de populares no geral, em conjunto com sindicatos, representantes de distintas cores partidárias, pensamentos políticos, unirem forças no anseio de eleições directas para Presidente da Republica, acabando assim, com a repressão e a ditadura.
As manifestações passam a ser contidas através de uma forte repressão, censuras sobre a imprensa, prisões, violência por parte da polícia, torturas.
O movimento segue por todo o país, sem retroceder perante as repressões. Ganha massa crítica, tem o apoio de artistas e intelectuais engajados pela causa. O regime militar começa a perder “fôlego” e prestigio diante da população. Os próprio militares descontentes com seus salários, devido à situação económica, começam a pressionar seus superiores.
O movimento pelas "Diretas Já" teve grande importância na redemocratização do Brasil, e culmina com a volta do poder civil em 1985, na qual é aprovada uma nova Constituição Federal em 1988, seguida de realização das eleições directas para Presidente da República em 1989.

Numa só voz, pode-se assim dizer, o povo brasileiro se uniu por uma causa. Deixaram de lado cores partidárias diferentes, pensamentos ideológicos distintos. Pôr fim à repressão e à ditadura militar.
Este blog vem propor “unir”, sem pretensão nenhuma, as vozes, as reivindicações, os desejos, as preocupações, as alegrias, do nosso povo, dos nossos cidadãos, por uma causa, que seja. Podia ficar aqui horas e horas, enumerando uma série de reivindicações, de causas que podemos e devemos dar voz.
Ficarei por aqui, porque certamente não vai faltar oportunidade.
Portanto, indirecta ou directamente, seja bem-vindo.