domingo, 13 de dezembro de 2009

Masculinidades...




O que é ser homem? O que representa a masculinidade?
Ser homem é ser forte física e psicologicamente. Ser homem é ser líder, provedor, protector, ou seja não pode dar-se ao luxo de expressar suas emoções. Ser homem é ter responsabilidades, é ser racional, nunca emocional. Temos que ser homens mesmo antes de nascermos, pois é comum escutarmos, quando um casal está à espera de um bebé rapaz, “este aqui vai ser um macho, vai ser forte, vai ter várias namoradas”. Ser homem é aceitar desafios, correr riscos, enfrentar perigos, é competir, mesmo que isso nos cause danos a nível moral e físico. Ser sempre o melhor, nunca fracassar. Ser homem é poder chegar a casa torto de bêbado e ainda contar com a complacência e poder ver nos olhos do pai e da mãe um certo orgulho, “meu filho já é um homem”. Ser é homem é a cada semana ou mesmo a cada dia chegar a casa com um namorada nova, uma mais linda que a outra. Ser homem é “roubar” o carro do pai à noite e sair na noitada e chegar a casa e escutar “isso são coisas de homem, acontece sempre”. Recebe umas palmadinhas nas costas, uma mão na cabeça e quem sabe uns trocos pra ir beber umas com os amigos. É inconcebível para um homem, digo um verdadeiro homem por exemplo chegar aos 18 anos sem ter iniciado a sua vida sexual, é inaceitável chegar aos 18 anos sem saber conduzir um carro, é inadmissível para um homem não saber ou gostar de nenhum desporto, ainda mais se for futebol. Tudo isto para vos dizer que para ser homem simplesmente temos que reproduzir um modelo, um pacote, um kit que já está pronto, só temos que segui-lo, imitá-lo. É normal, é natural. E acreditem ou não, parece fácil mas é das coisas mais difíceis de ser. Porque? Porque constantemente somos “vigiados” se estamos cumprindo com o nosso papel de ser homem. E somos reprimidos socialmente, existem “sanções” se não cumprimos. E assim, temos um factor comum por exemplo nas estatísticas de violência, acidentes de trânsito, mortes por doenças crónicas, dificuldades nos relacionamentos/comportamentos pessoais e profissionais. O homem. Um homem repleto de poderes que se acha no direito de exercer todo e qualquer tipo de violência sobre os quais ele crê serem, seus inferiores.

Portanto, queria com a vossa permissão vos convidar a seguir um outro modelo de homem. Qual? Certamente é essa a pergunta. Aquele que realmente nós queremos ser, aquele que está dentro de nós. Aquele que sabe respeitar o próximo, suas diversidades. Aquele que não tolera e denuncia todo e qualquer tipo de violência. Aquele que tem coragem de pedir ajuda quando porventura fracassa, que sente medo, que chora. Que é racional sim, mas que pode e tem o direito de ser emocional. Que partilha decisões de poder. Aquele que reconhece os erros.
Não estou aqui a propor uma fórmula pronta para ser homem. Não um caminho já traçado para isso. Vamos ter de descobri-la juntos. Como? Começando por ser um homem Laço Branco.

(discurso pronunciado no Lançamento da Campanha Laço Branco Cabo Verde)

2 comentários:

Edy disse...

é modi homi grandi?
premita-me indicar-te um livro:Violência na Família — Uma Abordagem Sociológica, Porto, Edições Afrontamento,Isabel Dias.
Podes encontrar a recensão deste livro neste endereço:http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aso/n180/n180a14.pdf
Abraço

Ivan Santos disse...

Sempri bem-vindo omi grandi!!!
n'ta da um txek na texto!!!
base de scielo é um referência!!

abrasu!