terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mix


Praça Cruz de Papa. Uma mistura de sons, cheiros, olhares e gostos.
Crianças brincam, pulam, correm, saltam, deslizam, dão risadas de dar inveja, choram, gritam. Cada uma no seu melhor.
Umas desfilam seus melhores brinquedos enormes carros, telecomandados, bonecas gigantes falantes, provocando ciúmes em outras. Outras nem por isso, estão lá para se divertirem. Fazem fila para andar de baloiço e escorregas.
Tudo isso entre um comer de pipocas, algodões-doce, gelados etc.

Os adolescentes também marcam presença. É o ponto de encontro de alguns namoricos. As meninas passeiam, caminham sempre juntas, cochichando, rindo, fazem poses para registar o momento que saem de casa “arrumadinhas” para deixarem os rapazes inquietos, eu diria. Os rapazes também não se fazem de rogados exibem seus telefones móveis de ultima geração, o ténis acabado de sair nas montras, o penteado que viram fulano e sicrano usar na TV. Também temos os adolescentes que simplesmente vão saciar seus vícios cibernéticos, praticar um pouco de violão, ler um livro.
São livres. Parecem alienados ao que se passa a volta deles.

Os adultos, esses parecem transmitir com seus olhares e seus comportamentos, um saudosismo “agudo”: “Ah no meu tempo” ou “ essa época é a melhor da vida, aproveitem”.
Protegem suas crias, estão sempre de olho, ralham, chamam a atenção. Que seja discretamente porque não querem também ser conotados como maus pais, ou más mães. Estão sendo também eles, alvo de olhares críticos, vigiados constantemente se estão a fazer um bom trabalho.

Tudo isto se passa na praça Cruz de Papa, por algumas horas a dinâmica da praça é estonteante, diante de uma paisagem magnífica, a imensidão do mar que vai além do horizonte e um o pôr-do-sol simplesmente sublime.

Aos fins-de-semana e feriados a demanda aumenta por aquele pedacinho mágico de sons, cheiros, olhares e gostos.

Um outro pedacinho mágico precisa-se.

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